19 December 2007
Feliz Natal
Por aqui, o Natal vive-se assim:
23 November 2007
A adopção (apadrinhamento) à distância
O nosso Centro aderiu a este projecto, como forma de conseguir obter meios para ajudar as crianças mais carenciadas, e directa ou indirectamente, as suas famílias.
Através deste projecto, já conseguimos inscrever na escola várias crianças e fornecer material escolar. Aqui, até as escolas do primeiro ciclo exigem o pagamento de, no mínimo 1000 meticais _ relembro que o salário mínimo é cerca de 1500 mt (52,5€), e com famílias com 10 e 12 crianças, muitas ficam sem frequentar a escola.
Num outro caso, com as doações acumuladas, conseguiu-se (com a concordância do padrinho) construir uma casa para a criança e respectiva família.
A Irmã Alcina escreve pelo menos 2 vezes por ano para os padrinho/madrinhas a informar sobre o estado dos seus afilhados e o que se pôde fazer com dinheiro ou material que enviaram.
Já conseguimos arranjar alguns padrinhos, mas ainda temos 4 crianças por apadrinhar. O Ernesto, com 9 anos (super inteligente), o Delsio, o terrorista que anda sempre com o nariz “partido”, a Telma, com um ano e nove meses e a mais recente “aquisição” do Centro, a Elisa, que tem 1 ano e meio, pesa pouco mais de 5 kg, mas já está a recuperar e de vez em quando já vai esboçando uns sorrisinhos.
O que se pede aos padrinhos/madrinhas:
Na prática, funciona tal como os nossos afilhados. Não nos é exigido que lhes dêmos uma quantia fixa, mas temos o dever moral de os ajudar tanto quanto pudermos.
Fica ao critério dos padrinhos a forma e periodicidade com que oferecem algo aos seus afilhados. Podem fazê-lo mensalmente, mesmo que uma quantia pequena, semestralmente ou anualmente, se bem que preferimos a primeira hipótese, pois nas duas últimas, é frequente que as pessoas se esqueçam e quem perde são as crianças. Não é forçoso que se efectuem as doações em dinheiro, pode ser material escolar, roupa, brinquedos… tudo depende da idade/capacidades da criança e da boa vontade do padrinho/madrinha.
aqui têm o contacto da Irmã Sameiro (segunda.conselheira@ihscj.pt), que está à frente deste projecto.
Espero que tenha conseguido semear uma pequena semente de carinho por estas crianças nos vossos corações e que abracem também esta causa hospitaleira.
Um bem-haja a todos… e Kanimambo!
Cristina
08 October 2007
Mudámos de Centro
Passaram oito meses e finalmente surgiu a oportunidade de mudarmos de Centro, como havia sido planeado desde o início. Em princípio deveríamos ter trocado logo aos seis meses, ou seis meses e meio, mas entretanto a Irmã Paulina foi para Portugal, e era importante que eu permanecesse no Centro de Adultos, pois já estava integrada e iria facilitar a orientação e continuidade dos programas de reabilitação. E assim foi. A Irmã Paulina partiu para Portugal em Julho e nós mantivemo-nos nos trabalhos habituais. Confesso que por vezes cheguei a sentir-me um pouco sobrecarregada, mas isso também serviu para testar os meus limites e ajudou-me a crescer um pouco mais.
A Ir. Leonor chegou em Agosto para substituir a Irmã Paulina e chegou a altura de a apoiar e ajudar da melhor forma a integrar-se, mostrando-lhe os recursos do Centro, os programas de reabilitação, as ocupações dos utentes, as suas características e histórias pessoais, que também ajudam a explicar os seus comportamentos e necessidades.
Chegou a vez de tirarmos uns dias de férias, e no regresso pareceu-nos ser a altura certa para fazermos a transferência de Centros.
E esta, como todas as mudanças, trouxe alguns receios e uma certa insegurança, pois deixamos a nossa rotina para entrar num mundo totalmente diferente, que nos vai exigir posturas e atitudes completamente diferentes das que mantínhamos até agora.
E de facto assim é, pois tal como tinha sentido nas primeiras semanas (em Fevereiro quando ambas estivemos no Centro Infantil), é muito fácil gostar destas crianças. Elas cativam-nos de imediato. Basta olhá-las um segundo, observar as suas brincadeiras, os seus, gestos, os olhares de quem não pode falar… e até as suas traquinices! Basta-me chegar de manhã ao Centro e ouvi-los logo a gritar “Kistina, Kistina…” e pronto, quem é que resiste???
Com os adultos é diferente. Muitos deles, por não serem tão espontâneos, é preciso conhecê-los primeiro, falar com eles, escutá-los e observar as suas atitudes e reacções para sentirmos um carinho enorme que nos enche o coração.
Com o tempo, começamos a conhecê-los melhor e quando menos esperamos, alguém tem uma atitude, um gesto, uma palavra que nos surpreende totalmente e nos deixa completamente embevecidos. Ainda hoje um utente, que tem sempre uma expressão muito fechada e que se não o conhecermos pode até assustar-nos, ia no machibombo (os utentes adultos estão encarregados de tomar conta das crianças) com uma criança ao lado que com o trepidar do carro já começava a dormitar e quando reparei, ele estava a segurá-lo com todo o cuidado e ia-lhe fazendo festinhas na mão.
É preciso conhecer para entender a sensibilidade e preciosidade destas pessoas que me deixaram completamente rendida.
No início, quando fui para o Centro de Adultos, simpatizei logo com alguns utentes, aqueles que sorriem mais e mais se aproximam de nós, mas foram os outros, os mais reservados que mais me surpreenderam e maravilharam.
Não posso dizer que gosto de todos da mesma forma, mas posso afirmar que todos me marcaram (muito) de maneiras diferentes. E não passa nenhum dia em que eu não sinta necessidade de os ir ver, espreitar e cumprimentar para trocarmos um sorriso.
Durante este tempo aprendi muito (muitíssimo) e também ensinei algumas coisas, mais práticas, se assim se pode dizer. Como já havia dito, dei aulas de informática que entretanto foram interrompidas devido à avaria do autocarro e de Inglês, que também tiveram algumas “desistências” forçadas, mas permaneceram 3 alunos que se podiam deslocar ao Centro pelos seus próprios meios (um deles ainda me pergunta pelo menos duas vezes por dia – depende se me encontra mais ou menos vezes – se “hoje temos aula”.
Iniciei também com eles a encadernação de papel reciclado, o que me deu imenso gozo fazer, pois tive de pesquisar e fazer experiências para me recordar como se fazia e também para desafiar a minha imaginação e criatividade. Alguns ficaram muito giros e todos apreciaram muito – os utentes e quem nos visita. Vou fazer um livrinho de instruções para os próximos monitores e espero que os continuem a fazer com motivos ainda mais diversificados.
Iniciei também as aulas de cozinha pedagógica (teóricas e práticas) com a Marisa, o que irei continuar a fazer todas as 5as Feiras, e que me permitirá manter um contacto mais próximo com os meus amigos e matar algumas saudades.
Este novo desafio que se adivinha é ainda uma incógnita, mas espero conseguir entregar-me da mesma forma com que o fiz no Centro de Adultos, e pelo que já vi durante esta semana, assim será com certeza.
18 September 2007
AS NOSSAS FÉRIAS
Partida de Maputo às 10h com o Padre João, a sua Sobrinha Joana e os noviços da Consolata.
- 1ª Paragem: Xai Xai
- 2ª Paragem: Miradouro de Quissico
- Chegada às 18h00 ao Guiúa (Inhambane)
03-Set
- Cidade de Inhambane
- Praia do Tofo
- Tofinho
- Visitar o local onde se encontram enterrados os Mártires do Guiúa (24 catequistas assassinados durante a guerra civil)
- Praia de Guinjata (resort) – praia lindíssima onde inclusivamente vimos baleias
04-Set
- Mercadinho do Guiúa
- Baía dos Cocos (onde os Padres da Consolata construíram algumas palhotas para seu recolhimento no dias de repouso)
05-Set
- 08h00 Fomos a Inhambane para apanhar o barco até Maxixe, onde passam os autocarros para a Beira
- Atravessámos a baía de Inhambane num pequeno barco
- Fomos até à paragem dos autocarros. “Há-de passar…”, diziam as pessoas... e nós, com a nossa pontualidade Europeia perguntávamos “mas a que horas?” e a resposta era sempre a mesma: “Há-de passar…” Passou um antes, mas vinha completamente cheio. Não cabia nem mais uma mosca!!! Mas há-de passar outro, diziam as pessoas… há-de passar! E assim fomos esperando até que às 15h30 até que apareceu um autocarro para a Beira. A apinhar de gente, também, claro. Compramos os bilhetes e mandam sair toda a gente, porque tinham de levar alguém ao hospital. Saímos e esperámos. O autocarro voltou algum tempo depois e lá entramos todas contentes porque arranjámos dois lugares sentadas. A meio da viagem viemos a descobrir que aquele era o lugar onde estava sentada a pessoa que faleceu… por isso é que estava vazio…
06-Set
- Chegámos às 03h30 da manhã à Beira. Ficámos a dormir no autocarro até amanhecer, tal como muitos outros passageiros e às 05h00 da manhã fomos à procura de um sítio para tomar o pequeno-almoço, mas aquela hora só estavam abertos os hotéis. Entrámos num, perguntámos quando começariam a servir os PAs. e esperámos que fossem horas decentes para telefonarmos à Irmã da Ir. Sabina, aqui das Mahotas.
- Ás 06h lá mandámos uma msg e o António (Cunhado da Ir. Sabina) lá nos foi buscar.
- Tomámos um banhinho e lá fomos à descoberta da Cidade da Beira, que achei um bocado triste e descuidada.
- Almoçámos numa esplanada na Praça do Município e um escritor local (moçambicano) veio cumprimentar-nos por estarmos vestidas de Capulana. Chama-se Adelino Timóteo e já editou vários romances e poesia (Molungo; Segredos da arte de Amar; A Fronteira do Sublime). Pouco depois fomos a uma livraria, e lá estava um dos seus livros… foi engraçado!
- Jantámos em casa da Sónia e do António que nos ofereceram codornizes… hum… que petisco, depois de 7 meses a frango…
07-Set
Saímos da Beira às 05h30 em direcção a Nampula, mas como não havia autocarro directo, apanhámos um chapa (daqueles de 9 lugares, transformados em 20) e fomos até Caia, na margem do rio Zambeze.
Chegámos a Caia às 12h30, mas já não aguentávamos a dor de costas, pernas e cóxis e saímos uma paragem antes, alugámos um bici-taxi e fomos os últimos 7 km de bicicleta. Soube muito bem apanhar aquele ventinho e poder descontrair depois de tantas horas de chapa.
Chegadas à margem do rio, era hora de almoço, e apesar de haverem 3 batelões, todos param para almoçar à mesma hora e por isso tivemos de esperar até às14h. Entrámos no batelão e apanhámos um transporte até Nampula. Chegámos a Nampula às 23h45. A Ir. Eni já estava à nossa espera, e foi-nos buscar, super atenciosa e hospitaleira. Ficámos assim na casa das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.
08-Set
De manhã fomos ver um pouco da Cidade de Nampula com a Delfina, uma das Postulantes.
De tarde fomos conhecer a casa dos Irmãos de S. João de Deus, o Centro de Saúde e a casa onde estão os meninos do anterior projecto da JH, Chacrimo.
O jantar foi uma churrascada brasileira com a comunidade das Irmãzitas, duas outras irmãs que estavam de visita e três padres brasileiros. Estavam a comemorar, embora tardiamente, o dia da independência do Brazil, 7 de Setembro.
09-Set
Fomos até à famosa Feira de Nampula, mas fiquei um pouco desiludida, pois Maputo tem muito mais variedade de artigos, embora mais caros.
Às 12h00 a Sandra, uma colega de curso da Marisa que está em Missão em Carapira foi-nos buscar e fomos conhecer a Escola Industrial de Carapira, a cerca de 125km de Nampula.
10-Set
- Visitámos a Escola Industrial de Carapira
- Ilha de Moçambique
- Cidade de Nacala e Baía de Fernão Veloso
11-Set
- 07h45-Partida para Pemba (a partir de Namialo, onde me roubaram o tlm. Outro…)
- 13h30 Saímos na paragem da Igreja, mesmo em frente à casa das Irmãs Salesianas que nos acolheram.
- O Padre Luís foi-nos mostrar a Universidade Católica e depois demos uma volta pela cidade
12-Set
- O Padre Luís foi levar-nos até à praia do Wimbe onde ficámos numa esplanada típica e almoçámos Caranguejo e camarão… (e eu ainda acompanhei com uma caipiríssima:)) há belas vidas…
Logo de manhã fomos de barco até uma zona de recifes onde eu fiz mergulho livre em apneia pela primeira vez. Amei!
13-Set
- O Padre Luís (grande anfitrião, de uma hospitalidade incomparável e uma gentileza sem igual) foi-nos levar a uma praia um pouco mais longe, Murrébue. Entrámos por um terreno privado pertencente a um amigo do Pe Luís que nos emprestou a “cabana” na praia para deixarmos as coisas, cadeiras e até deixou o Segurança à nossa disposição hehehe
- Para despedida, fomos jantar a um restaurante italiano mto giro, com um ambiente mto requintado, mas acolhedor ao mesmo tempo com uma vista fantástica sobre a baía de Pemba (a 3ª maior do Mundo)
14-Set
- 04h30 Regresso para Nampula, onde tínhamos voo marcado para as 20h00. Chegámos ao Aeroporto, acompanhadas pela incansável Ir. Eni e… ninguém nos balcões de Chek in. Os Funcionários da LAM entraram e começaram a fazer o chek in dos respectivos passageiros, e nós, da Air Corridor, nada! Não se via ninguém, nem um bagageirozito para perguntarmos alguma coisa. Esparámos, esperámos, esperámos… os passageiros iam chegando e pasmando com a situação. Já estávamos a pensar que tinham fugido todos com o nosso dinheiro quando aparecem duas senhoras num passo lento e tranquilo. Eram 19h45.
Resumindo e concluindo, o voo foi cancelado para o outro dia de manhã e não se deram ao trabalho de informar ninguém! Querem bilhetes baratos… depois não se queixem!!!
15-Set
08h00 – Apanhámos o avião para Maputo (que parou ainda na Beira)
11h20 – Chegámos a Maputo onde nos esperava a já saudosa Ir. Celeste, que revimos com muita alegria.
Vejam as fotos no album ao lado!
31 August 2007
As merecidas férias...
depois tencionamos subir um pouco mais até à Beira
As primeiras visitas
06 August 2007
Aldeia SOS
Por este motivo, as crianças que vivem na Aldeia SOS ficaram sem ocupação para este mês, o que não estava dentro do programa e pediram-nos que os ocupássemos durante algum tempo. Como tínhamos o trabalho no Centro, ficou estipulado que iríamos lá às segundas e quartas-feiras das 14h30 às 16h30. São cerca de 150 crianças e jovens. Eu fiquei com o grupo dos adolescentes e a Marisa e a Irmã Alcina com os miúdos dos 10 aos 13 divididos em dois grupos e o Abel, um voluntário que também está aqui no CRPS ficou com as crianças mais novas.
Os miúdos são incríveis, com um sentido de humor fantástico e muita personalidade. Irreverentes, é certo, mas também isso lhes dá uma certa piada.
Na segunda feira fizemos dois jogos de confiança e falámos um pouco sobre Fé e na quarta, foi altura de falar sobre ecologia, mas desconfio que de pouco lhes serviu, pois além de os ter desclassificado a todos no jogo do ambiente que preparei, por estarem constantemente a tentar fazer batota… (mas de uma maneira descontraída, que na realidade até achei graça) e assim que lhes dei uns rebuçados que levava, muitos deles deitaram logo os papeis ao chão…apanhando-os em seguia, naturalmente!
Os orfanatos que perduram por aí…
Ao chegarmos ao orfanato, ficámos admiradas com exterior, mas esta impressão depressa se desvaneceu assim que ultrapassámos o portão da frente. Ali mesmo ao lado corriam descalças na terra, algumas crianças com roupas esfarrapadas e imundas de tanto se rolarem no chão de terra negra. Até aqui tudo mais ou menos normal, até porque como diz a tal publicidade… é bom sujar-se!
Ao fundo avistamos um edifício escuro e enquanto nos aproximamos avistamos uma esteira com algumas crianças deitadas à sombra (provavelmente a dormir a cesta, pensámos). Continuamos a caminhar e a cada passo, os pormenores vão-se tornando mais perceptíveis e ganhando cada vez mais peso. À nossa volta correm crianças descalças e de fato roto em gritos estridentes. Nota-se que já estão bem habituadas a este ambiente. Mais à frente, um grupo de adolescentes jogam basebol muito compenetradas, certamente uma herança deixada por algum voluntário americano…
Parámos finalmente junto ao edifício e ao lado vimos o que já muitas vezes havíamos visto na televisão, mas que nunca nos tinha sobressaltado o coração de uma forma tão violenta, de tal forma que quase não conseguíamos respirar! Estavam deitadas na esteira três crianças e uma menina com cerca de 20 anos ou mais, todas elas com deficiências muito profundas. Quase não se conseguiam mexer devido às suas patologias e estavam com uma imensa falta de higiene e por este motivo, dezenas (não seriam centenas???) de moscas rodeavam-lhes os olhos, a boca e as roupas ensopadas em transpiração. Assim que nos aproximámos a senhora que estaria encarregada de cuidar deles enxotou as moscas, o que realçou ainda mais a dureza desta realidade em que vivem as crianças e o tamanho do seu sofrimento incessante e após este movimento misericordioso, permaneceu na sua letargia exasperante.
O responsável pelo orfanato recebeu-nos e foi-nos contando avidamente as histórias de cada criança, cada adolescente e até de cada adulto que passava, e notava-se verdadeiramente que este era o seu carisma e a sua vocação, mas uma formiga, por mais trabalhadora e bem intencionada que seja, não pode mudar o que está instituído há anos e a boa vontade aqui vale muito pouco quando a corrupção é a todos os níveis, e mesmo que se lhe tente fazer frente, é uma tarefa hercúlea com que muitos religiosos se debatem diariamente. Ou porque os funcionários não trabalham, ou porque maltratam as crianças e os negligenciam, ou até mesmo porque os bens que deveriam chegar para todos nunca chegam ao destino final, que são as crianças. Mas como mudar esta situação? Seria preciso estar de vigia junto a cada funcionário para nos certificarmos que as crianças receberiam realmente a alimentação de uma forma digna, com qualidade, ou pelo menos quantidade suficiente, mas muitas vezes só porque uma criança doente não consegue alimentar-se com a rapidez que lhe é exigida, é-lhe retirado o prato com a desculpa de que não quer comer… e este é só um dos exemplos com que nos deparamos nestes locais e que vai contribuindo gradualmente para a má nutrição das crianças, o seu aspecto descuidado, o enfraquecimento do seu sistema imunitário, e a sua morte iminente.
É necessário que se mudem as mentalidades, mas isso demora tanto tempo……. e entretanto estas crianças continuam a sofrer!
24 July 2007
Mais uma vez, os amigos!
Moral da História: Os amigos nem sempre te conseguem levantar, mas fazem o possível para não te deixar caír!
20 July 2007
Fomos Visitar o Kruger
24 June 2007
O Belo Camarão Moçambicano...
Finalmente provámos o famoso camarão Moçambicano aqui em Moçambique. É de facto saborosíssimo. Fomos com a Eduarda, a Psicóloga do CRPS ao famoso Mercado do peixe. É um espaço super pitoresco onde se encontram alguns pequenos restaurantes e no pátio exterior estão várias mesas livres onde cada fila é da responsabilidade de uma senhora que é a cozinheira. Primeiro fomos comprar o peixe às várias bancadas (estilo a nossa praça de Portalegre) que estão logo à entrada do recinto. Escolhemos amêijoa, camarão e lulas. Fomos até a uma das mesas, entregámos tudo à senhora e pedimos para grelhar. Eram bastante grandes e cortado sobre o comprimento estavam super apetitosos. Bem, fomos comendo, petiscando e conversando e quando demos por nós já estava a escurecer. Saímos de lá perto das 17h. Foi um almoço muito agradável e fez lembrar um pouco das nossas sardinhadas nesta altura dos santos populares que não vamos presenciar aí junto de vós… mas enfim, trocámos a bela da sardinha assada por uns camarõezinhos… já não foi mau! Agora já só falta o caranguejo e a lagosta… ficou combinado que será na próxima visita!
20 June 2007
Infantário da Matola
No sábado comemorou-se o dia da Criança Africana e a Câmara da Matola convidou-os a estarem presentes na sexta-feira numa gala que prepararam para elas. Assim, levámos 10 miúdos que, cheios de alegria e expectativa se comportaram lindamente (sem contar com as 50 idas à casa de banho em apenas 2 horas!!!), viram uma cantora famosa aqui de Moçambique, vários grupos infantis de dança, músicos, uma apresentação de PowerPoint super maçadora até para nós, sobre a Matola e os seus 16 mil habitantes… e no fim ainda receberam uma boneca e um carrinho de brincar.
Uma pequena distracção no seu dia-a-dia que ficámos satisfeitas por poder ajudar a tornar realidade.
Fizemos ainda 3 bolos para lhes oferecer ao almoço de Sábado e ajudámos a dar as refeições às crianças que devido às suas patologias não conseguem alimentar-se autonomamente e ajudámos as irmãs com alguns trabalhos de secretaria.
Foram assim 4 dias um pouco diferentes, mas também muito gratificantes e que nos fizeram crescer um pouco mais nesta missão que nos propusemos concretizar.
25 May 2007
Com uma Cunhada assim, vale a pena...:)
Eis que de súbito surge uma raquete de Tenis pelo correio e finalmente, após quase 4 meses sem praticar esta bela modalidade, pude retomar e matar as muitas saudades que se vinham acumulando.
A Marisa fez-me companhia e lá fomos nós até ao Campo desportivo aqui do CRPS. Vamos ver se consigo motivá-la a acompanhar-me nesta minha paixão. Assim já vamos poder utilizar os campos de ténnis aqui de Maputo (foto).
Além desta surpresa vieram anexadas algumas amêndoas da páscoa, uns bombonsdeliciosos dos quais já só restam os papéis e um livro (este enviado pelos pspás).
Obrigada Cunhadinha linda, mano e claro, meus queridos papás!
18 May 2007
Um dia no CRPS…
07:00 – Acordar
07:30 – Oração da Manhã (com a Marisa)
07:45 – Pequeno-Almoço
08:00 – Ir para o Centro de Adultos, reunir com a Irmã Paulina
08:30 - Chegada do Machibombo com os utentes
08:40 – Servir o mata-bicho aos utentes
09:10 – Alguns utentes ajudam a arrumar o refeitório enquanto os outros se dirigem apressadamente para iniciar as suas tarefas (Agropecuária, Machamba, bordados, Reciclagem do papel, Jardinagem, Cozinha…).
09:30 – Vou para a sala de ocupação feminina fazer encadernações com a Rosa Neli, utilizando o papel reciclado no Centro e aproveito para ir supervisionando os bordados das outras utentes
11:00 – Aula de inglês – correcção da primeira ficha formativa
12:30 – Oração Mariana no Parron com quase todos os utentes e algumas Irmãs
13:00 – Almoçar
13:30 – Servir o Almoço aos utentes do Centro de adultos porque entretanto as crianças já almoçaram
14:15 – Dar as escovas de dentes aos utentes para a higiene oral / supervisionar a escovagem dos dentes e garantir a limpeza do local
14:30 – Aula de informática
15h20 – Saída dos utentes para o Machibombo – acompanhá-los até ao Centro Infantil onde se vão recolher as crianças que cada adulto leva no seu colo, por falta de espaço
15:45 – Saída do Machibombo do CRPS
16:00 – Ajudar na elaboração da elaboração da Caracterização do CRPS das Mahotas
18:30 – Missa (nem sempre vou, confesso…)
20:00 – Fazer o jantar, geralmente em parceria com a Mariza
20:30 – Recolher obrigatório - as irmãs vão soltar os nossos 3 queridos Rotweillers J
22:00 – Oração da Noite (com a Marisa)
22:30/23:00 - Deitar
E assim vão passando os dias, uns mais calmos, outros com mais emoções, mas nenhum igual ao anterior…
Kanimambo
Também já recebi a minha primeira carta e soube tão bem ver as letras das minhas amigas e da minha “sobrinha” linda… por falar nisso, Bela, vê lá se me mandas uma foto dela, porque já tenho muitas saudades. Vocês devem estar iguais, mas ela, de certeza que já cresceu pelo menos 20 cm… :)
É engraçado como é tão diferente receber uma carta manuscrita ou receber um e-mail. É uma emoção totalmente diferente, muito mais real e ao fim ao cabo, muito mais humana.
Pronto, tudo isto para dizer… Escrevam-me! :)
A filha da vóvó Marta
Casa da Vóvó Marta
- A casa é feita com Caniço, Paus que fazem de pilar para apoiar e dar estabilidade e folhas de Zinco no telhado. A porta é de madeira.
- Alisa-se a terra onde se vai erguer a casa e depois de se fazerem as medições colocam-se os paus nas extremidades.
- A casa de banho é feita ao lado da casa, também em Caniço e apenas com um buraco no meio com uma peça de cimento em cima que faz de latrina.
- E aqui está o trabalho concluído. Em apenas um dia de trabalho construiu-se uma habitação com 3 divisões e a dona da Casa vai poder dormir (ainda que numa esteira) com um pouco mais de conforto! :)
O grupo:
O Pic-nic
Dia da MÃE
Cada um colocou no altar uma flor dedicando-a à sua mãe e dizendo o seu nome.
Foi um momento muito bonito e comovente.
No final, Nossa Senhora ficou com bonito arranjo floral como símbolo das mães de todos os presentes.
Na impossibilidade de estarmos junto a quem mais amamos, dedicámos-lhes este gesto e unindo-nos em espírito e em (c)oração.
04 May 2007
24 April 2007
Livros - "estou a pedir"
P.S. : aqui não se pede directamente o que se quer (Ex: podem-me mandar um livro?). Diz-se sempre primeiro "estou a pedir" e então neste caso...
estou a pedir livros...
:)
Inhaca
Assim foi. É de facto um lugar paradisiaco, e conseguimos recarregar bem as baterias para continuar o trabalho aqui no CRPS com ainda mais energia e entusiasmo.
O que acham destas imagens?